Os tempos realmente andam tão… peculiares que até mesmo as figuras mais emblemáticas parecem sucumbir a um acesso de fúria. Que o diga o flagrante que viralizou nas redes, mostrando o próprio “Jesus” – ou melhor, o ator que o representava – distribuindo um “ai, credo!” em forma de golpe num jovem que ousou pendurar-se na cruz que ele, com tanto sacrifício cênico, carregava.
A cena, digna de um roteiro no mínimo revisionista, ocorreu no último sábado (19), em local e contexto que permanecem um mistério tão profundo quanto os desígnios divinos. Após o momento “olho por olho”, nosso “Salvador” de ocasião retornou estoicamente à sua Via Sacra, talvez refletindo sobre a fragilidade da fé alheia ou, quem sabe, sobre a necessidade de um bom preparo físico para lidar com os “fiéis” mais… entusiasmados.
Deixando as escrituras de lado, o inusitado “apagão” de paciência do Cristo performático levanta questões cruciais sobre os limites da interpretação, a tolerância em meio à encenação e, principalmente, se o jovem crucificado aprendeu a lição sobre não importunar quem está carregando uma cruz, mesmo que seja de mentirinha. Afinal, até o mais santo dos homens (ou atores) tem seus momentos… digamos… menos canônicos.
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